SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - REDES URBANAS.
O CASO DE RIBEIRÃO PRETO, que colocava diretamente as vazões de captação de poços artesianos nas redes de distribuição, sem a distribuição por gravidade.
Em várias obras que realizamos ao longo de nossa carreira, a correta concepção de distribuição de água está na distribuição em pontos elevados, onde são construídos os reservatórios de água, que por gravidade, e válvulas redutoras de pressão existe o controle da vazão na rede adutora e ou de distribuição, bem como, os importantes controles de vazão de serviço.
VAZÃO DE SERVIÇO por definição na engenharia civil, é a vazão Q medida em m³/s ou litros (l)/segundo. As unidades são adequadas a cada situação de controle e medição, sendo que nas casas e locais abastecidos por redes de água potável, são coletados nos hidrômetros a unidade m³ (metros cúbicos). Para fácil compreensão sobre as tarifas das contas do DAERP, 1m³ = 1.000 litros de água.
CONSUMO, CONSUMO MÉDIO também por definição, nos cálculos da quantidade de água a ser distribuída em uma determinada rede de abastecimento, passa por critérios normativos da ABNT e cálculos de engenharia civil. Nos cálculos de consumo, são considerados os volumes consumidos para bebida da água potável, para banho, para cozimento de alimentos e seu preparo, para limpeza doméstica, para lavar roupas, regas de jardins e vasos, dentre outras. Assim, se um habitante irá consumir por norma a média de 200 litros/dia ou seja, 0,20 m³/dia, e a média da população per capta de 4 pessoas, o consumo médio será 0,80 m³/dia ou 800 litros por dia.
Assim, em considerações de dimensionamento de redes e ou adequações de vazões a serem distribuídas, em 30 dias (um mês) o consumo dessa unidade habitacional será de 24 m³/mês ou 24.000 litros por mês. Levando em conta a população a ser atingida e abastecida pelo PROJETO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA, sem utilização de fatores previstos em norma, e fazendo apenas uma mera simplificação. em hipótese 6.000 pessoas, o volume de abastecimento mensal será de 144.000 m³/mês ou 144.000.000 litros/mês.
VAZÃO MÉDIA DE CONSUMO por definição é a vazão variável do consumo de uma rede ao longo do dia, com picos de vazão e máximas, bem como mínimas de vazão em m³/s durante períodos noturno, madrugadas. A exemplo do consumo de energia elétrica, que apresenta variabilidade ao longo do dia, o mesmo acontece com o abastecimento de água, sendo necessário no dimensionamento obter valores de projeto para Qmin (vazões mínimas) e Qmax (vazões máximas). As vazões Qmin deverão garantir ao longo do dia o abastecimento normal do consumo daquela rede, oferecendo água potável durante o dia todo (cedo - tarde - noite). Já a vazão máxima, tem que ser controlada, e ela acontece quando o consumo cai em certos períodos do dia, feriados, etc.
Caso não se tenha controle sobre as máximas vazões nas redes de distribuição de água, poderemos ter uma série de problemas a saber:
1º Excesso de pressão nas redes adutoras, contribui para o rompimento das mesmas, bem como na possibilidade de vazamentos não percebidos, e que colaboram com o desperdício da água potável tratada e distribuída;
2º Constantes vazamentos nas redes primárias e secundárias de distribuição de redes que extrapolam suas vazões para valores denominados de máximos, rompendo redes principalmente quando os consumos diminuem, por estações do ano, por dias da semana, feriados e nos períodos noturnos.
3º Perdas de água em volumes excessivos, verificáveis ou não, detectáveis ou não, conforme a idade da rede (tempo em que foi construída); tipo de material utilizado - PVC - PVA - Tubos de Ferro FoFo - Tubos Galvanizados, dentre outros. O cloro colocado para a desinfecção da rede, e entrega de água potável, ataca materiais como o FoFo, tubos galvanizados e até mesmo tubulação antiga realizada com manilhas cerâmicas. Os prejuízos desses vazamentos são imensos, e infelizmente nossas redes de distribuição de água não são projetadas de maneira adequada, não apresentam um roteiro de manutenção preventiva, e tão pouco são monitoradas.
4º O DAERP não tem a mensuração das vazões nas redes, pois não existem sistemas de medição, que são válvulas medidoras de pressão e válvulas medidoras de vazão, que ligadas a quadros de comando, fazem a chamada "TELEMETRIA" ou seja, o acompanhamento tanto das vazões de operação e suas variações (Qmin e Qmáx), tanto nas vazões em locais específicos das redes, ou seja, monitoramento de 24 horas da operação da distribuição das redes de abastecimento.
5º RESERVATÓRIOS deverão ser projetados em cotas máximas topográficas, ou seja, nos pontos mais altos dos empreendimentos. Diante disso, geralmente por ADUÇÃO e BOMBEAMENTO, os reservatórios têm seus volumes máximos satisfeitos, e são dimensionados para atender a população do empreendimento dado no exemplo, diariamente, semana a semana, mês a mês. Para se controlar nas redes distribuidoras de água por gravidade, instalamos em vários pontos, as conhecidas válvulas redutoras de pressão, aliviando a pressão na tubulação, mantendo-a em pressão admissível de segurança, previstas em projetos.
Os reservatórios são projetados também para suprir as demandas por vários dias, quando ocorrem problemas de bombas, bombeamento e ou manutenção do sistema de adução. Assim, com o dimensionamento conforme normas da ABNT e projetos corretos de Engenharia Civil, a falta de água será evitada. Faltar água para a população é faltar saneamento básico, e os municípios precisão melhorar em muito seus sistemas de elevatórias, pressurização das redes, dimensionamento de adutoras, dimensionamento adequado de reservatórios e idem quanto as redes de distribuição. E ainda, controlar o SISTEMA DE SANEAMENTO BÁSICO DA DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL para a população, com dados sobre pressão nas redes e vazões de serviço.
O DAERP com essa notícia explica que por anos e anos, adotou um critério técnico INADEQUADO e como profissional, denominando como ABSURDO um órgão responsável pelo saneamento básico praticar tamanho erro conceitual e de engenharia civil, de hidráulica básica, e afrontando as normas técnicas. Engenheiros que trabalham no DAERP deverão ser questionados do porquê eles não se manifestaram contra esse erro de projeto e execução de redes hidráulicas, ou se existiu interferências e ou incompetência técnica de quem opera, projeta, atua no segmento.
Não sei se fico feliz ou mais triste, em saber que Ribeirão Preto, não foi capaz por dezenas de anos de projetar um sistema de abastecimento dentro de normas e da boa engenharia civil, provendo uma farra de DESPERDÍCIOS e bilhões de reais jogados no esgoto municipal.
Essa notícia de setorização de distribuição de água, aprendi com mestres e professores da USP - EESC - São Carlos em 1980. Estamos em 2019. Atraso conceitual de 39 anos.
COMPARTILHEM, discutam as questões e os problemas de maneira técnica, sem colocar partidos políticos e gestores incompetentes no meio. Façamos entender esse grave problema que acometeu Ribeirão Preto, a dezenas de anos.
COMPARTILHEM!
Obrigado!
Engº José Antonio S. Gonçalves.'.
ENGEFROM ENGENHARIA
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Editado e publicado em 22/04/2019
Editado e publicado em 22/04/2019
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