A
NECESSIDADE DA LEITURA PLURAL, DE LITERATURA AOS LIVROS TÉCNICOS
ESPECÍFICOS, PRECISAMOS MUDAR ESSA DRÁSTICA SITUAÇÃO DA FALTA DE LEITURA
DOS BRASILEIROS.
Saber escrever bem o português do Brasil, é antes de mais nada, o conhecimento de disciplinas básicas, ou seja, pronomes, verbos, substantivos, advérbios, sintaxe, morfologia, origem das palavras (grega, latim, etc) e assim por diante.
A alfabetização se realiza logo nos primeiros momentos que uma criança entra para o que antigamente eram conhecidos como "GRUPO ESCOLAR" ou primário, para os mais antigos explicar aos mais novos.
Assim, tínhamos de imediato o contato com as letras, ou seja, o material básico para se formar as palavras. Letra a letra, nossa professora dedicadíssima em ensinar cada letra e como escrevê-la, no conhecido "CADERNO DE CALIGRAFIA" quando era possível comprar.
Nossos cadernos, eram os mais simples possíveis, sem gravuras, estampas, e demais cadernos sofisticados e caros para os alunos e seus pais. Não importava se os cadernos eram simples, tínhamos os cuidados de "ENCAPAR" todos os cadernos, mostrando desde o início, lições de higiene e ser cuidadoso com o material escolar.
Os jovens de hoje, não sabem o que isso representa para a educação de uma criança, onde com cadernos brochuras simples, encadernados com um plástico e durex, eram cuidadosamente manuseados e neles, aprendíamos a desenhar as letras, uma a uma.
Sim, era uma tática interessante de nossas professoras, onde aprendíamos a CALIGRAFIA, ou seja, a desenhar as letras para que se tornassem legíveis, e que pudessem transmitir a informação daquela letra. As sílabas foram sendo aprimoradas. Juntando letras, escrevemos uma primeira palavra. Sabem quais foram as palavras estimuladas a nossa construção? "Mamãe" e "Papai".
Letras M, A, E, P, e I eram capazes de escrever as palavras primeiras, quando do início de nossa alfabetização no grupo, curso primário. E assim aconteceu, com o aprendizado de mais palavras e palavras, e contudo também, sabendo o seu real significado.
Ainda para que se explique aos jovens de hoje, que naquele tempo, ser pobre nada significava quando todos tinham um elo de família, um respeito pelos amigos e vizinhos, e com isso, a nossa união permitia a troca de frutas dos pomares (aqueles que tinham laranjas trocavam com aqueles que tinham mangas, e assim por diante).
A pobreza era limitada a um status econômico, uma classificação econômica criada por filósofos e economistas. Não éramos pobres de espírito, de solidariedade, de cuidado com o pouco que tínhamos, com a responsabilidade, e contudo a fraternidade. Não existiam diferenças na "molecada" de quem era ruivo, branco, preto, pardo, japonês. etc.
Tínhamos amigos, sim, amigos sem discriminação de cor. Brincávamos nas ruas, soltando papagaios e pipas, jogando "betis" com bolas envolvidas com meias velhas. Éramos criativos, pois como pobres tínhamos de inventar nossos próprios brinquedos. Assim, como ser infeliz e analfabeto, no Brasil?
Cursei os dois primeiros anos do meu curso primário, numa escola de uma única sala, um único período, localizada no interior de um asilo, conhecido e existente até hoje como Asilo Padre Euclides, na rua João Clapp em Ribeirão Preto, Estado de São Paulo.
Todos os dias, éramos a alegrias daqueles idosos, que nos tratavam com tanta alegria e amor, que era impossível para uma criança em formação cultural, não ter essa marca em seu coração, de respeito ao próximo. Éramos pobres, sim, mas não analfabetos e sem estrutura familiar, social e moral.
Respeitávamos nossos pais com o tradicional "bença pai" - "bença mãe". Nas ruas, desejávamos "bom dia" ou "boa tarde" com os transeuntes nas calçadas ladrilhadas, quando existiam. Na chácara, sem luz elétrica, pois tínhamos as famosas "lamparinas" - " lampiões" e as velas, que nos proporcionavam o conviver em família, entre amigos.
Não tínhamos água encanada, ou seja, nossa água era retirada de um poço, de maneira totalmente manual. Jogava-se o balde com uma corda numa carretilha, enchia-o de água, e puxávamos para cima.
Não tínhamos geladeira. Assim, tínhamos alguns truques da natureza, que fazia com que nossa água ficasse fresca, como a água gelada, em equipamentos elétricos atualmente. "Moringas de barro" - e "Filtros de Barro" eram nossos depósitos de água para beber, cozinhar.
Tomar banho, naquelas grandes "bacias galvanizadas", onde a água quente vinha do forno a lenha, e que felicidade. Nadar nos córregos na região, era nossa brincadeira predileta. Tratar da horta, dos pomares, das abelhas. Regávamos pomares com regadores de lata, buscando água e molhando as plantas, repetindo isso inúmeras vezes.
Com isso aprendemos que em qualquer idade, podemos brincar e nos divertir, bem como, ajudar nossa família no trabalho, nas tarefas, facilitando assim, a vida de todos. Porque ser infeliz?
A produção da "roça" era mais que suficiente para nossa sobrevivência, e ainda sobrava para nossos pais pudessem vender o excedente, no comércio da cidade, nos chamados "armazéns".
Tínhamos com isso, ensinamentos de economia, de produção, de valores, do trabalho, dos frutos do trabalho. Impossível passar fome no Brasil daquela época, que tinha tão pouco, como têm hoje a disposição dos jovens brasileiros.
Evidente, que nem todos gostavam de estudar. Porém aqueles que se esforçavam, independente de cor, credo, poder econômico, trilhava seu destino escolar, e aprendizado galgando anos e anos de cultura, informação, preparo social, convívio com os colegas, trabalhar em grupo, etc.
Gostávamos de leitura. Afinal, tínhamos naquela época a "leitura oral" onde os professores e professoras escolhiam os textos, para que ocorressem os "ditados" ora para ser lidos, ora para serem escritos.
Como poderíamos sair daquelas simples escolas, analfabetos?
Observação: O artigo é extenso, e será publicado em nossos blogs estando disponível para leitura daqueles que se interessarem em saber até onde vai nossa conversa com as palavras.
Obrigado pela atenção!
COMPARTILHEM!
Engº José Antonio S. Gonçalves.'.
Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, Brasil.
C. Lattes na plataforma Lattes - Capes.
Editado e publicado em formato inicial - rascunho, 1ª versão em 12/09/2018;
LEITURA LIBERTA A ALMA DA AMARGURA DA IGNORÂNCIA CULTURAL. Autor - José Antonio Gonçalves.
AS CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE LEITURA - JOVENS E POPULAÇÃO BRASILEIRA.
Saber escrever bem o português do Brasil, é antes de mais nada, o conhecimento de disciplinas básicas, ou seja, pronomes, verbos, substantivos, advérbios, sintaxe, morfologia, origem das palavras (grega, latim, etc) e assim por diante.
A alfabetização se realiza logo nos primeiros momentos que uma criança entra para o que antigamente eram conhecidos como "GRUPO ESCOLAR" ou primário, para os mais antigos explicar aos mais novos.
Assim, tínhamos de imediato o contato com as letras, ou seja, o material básico para se formar as palavras. Letra a letra, nossa professora dedicadíssima em ensinar cada letra e como escrevê-la, no conhecido "CADERNO DE CALIGRAFIA" quando era possível comprar.
Nossos cadernos, eram os mais simples possíveis, sem gravuras, estampas, e demais cadernos sofisticados e caros para os alunos e seus pais. Não importava se os cadernos eram simples, tínhamos os cuidados de "ENCAPAR" todos os cadernos, mostrando desde o início, lições de higiene e ser cuidadoso com o material escolar.
Os jovens de hoje, não sabem o que isso representa para a educação de uma criança, onde com cadernos brochuras simples, encadernados com um plástico e durex, eram cuidadosamente manuseados e neles, aprendíamos a desenhar as letras, uma a uma.
Sim, era uma tática interessante de nossas professoras, onde aprendíamos a CALIGRAFIA, ou seja, a desenhar as letras para que se tornassem legíveis, e que pudessem transmitir a informação daquela letra. As sílabas foram sendo aprimoradas. Juntando letras, escrevemos uma primeira palavra. Sabem quais foram as palavras estimuladas a nossa construção? "Mamãe" e "Papai".
Letras M, A, E, P, e I eram capazes de escrever as palavras primeiras, quando do início de nossa alfabetização no grupo, curso primário. E assim aconteceu, com o aprendizado de mais palavras e palavras, e contudo também, sabendo o seu real significado.
Ainda para que se explique aos jovens de hoje, que naquele tempo, ser pobre nada significava quando todos tinham um elo de família, um respeito pelos amigos e vizinhos, e com isso, a nossa união permitia a troca de frutas dos pomares (aqueles que tinham laranjas trocavam com aqueles que tinham mangas, e assim por diante).
A pobreza era limitada a um status econômico, uma classificação econômica criada por filósofos e economistas. Não éramos pobres de espírito, de solidariedade, de cuidado com o pouco que tínhamos, com a responsabilidade, e contudo a fraternidade. Não existiam diferenças na "molecada" de quem era ruivo, branco, preto, pardo, japonês. etc.
Tínhamos amigos, sim, amigos sem discriminação de cor. Brincávamos nas ruas, soltando papagaios e pipas, jogando "betis" com bolas envolvidas com meias velhas. Éramos criativos, pois como pobres tínhamos de inventar nossos próprios brinquedos. Assim, como ser infeliz e analfabeto, no Brasil?
Cursei os dois primeiros anos do meu curso primário, numa escola de uma única sala, um único período, localizada no interior de um asilo, conhecido e existente até hoje como Asilo Padre Euclides, na rua João Clapp em Ribeirão Preto, Estado de São Paulo.
Todos os dias, éramos a alegrias daqueles idosos, que nos tratavam com tanta alegria e amor, que era impossível para uma criança em formação cultural, não ter essa marca em seu coração, de respeito ao próximo. Éramos pobres, sim, mas não analfabetos e sem estrutura familiar, social e moral.
Respeitávamos nossos pais com o tradicional "bença pai" - "bença mãe". Nas ruas, desejávamos "bom dia" ou "boa tarde" com os transeuntes nas calçadas ladrilhadas, quando existiam. Na chácara, sem luz elétrica, pois tínhamos as famosas "lamparinas" - " lampiões" e as velas, que nos proporcionavam o conviver em família, entre amigos.
Não tínhamos água encanada, ou seja, nossa água era retirada de um poço, de maneira totalmente manual. Jogava-se o balde com uma corda numa carretilha, enchia-o de água, e puxávamos para cima.
Não tínhamos geladeira. Assim, tínhamos alguns truques da natureza, que fazia com que nossa água ficasse fresca, como a água gelada, em equipamentos elétricos atualmente. "Moringas de barro" - e "Filtros de Barro" eram nossos depósitos de água para beber, cozinhar.
Tomar banho, naquelas grandes "bacias galvanizadas", onde a água quente vinha do forno a lenha, e que felicidade. Nadar nos córregos na região, era nossa brincadeira predileta. Tratar da horta, dos pomares, das abelhas. Regávamos pomares com regadores de lata, buscando água e molhando as plantas, repetindo isso inúmeras vezes.
Com isso aprendemos que em qualquer idade, podemos brincar e nos divertir, bem como, ajudar nossa família no trabalho, nas tarefas, facilitando assim, a vida de todos. Porque ser infeliz?
A produção da "roça" era mais que suficiente para nossa sobrevivência, e ainda sobrava para nossos pais pudessem vender o excedente, no comércio da cidade, nos chamados "armazéns".
Tínhamos com isso, ensinamentos de economia, de produção, de valores, do trabalho, dos frutos do trabalho. Impossível passar fome no Brasil daquela época, que tinha tão pouco, como têm hoje a disposição dos jovens brasileiros.
Evidente, que nem todos gostavam de estudar. Porém aqueles que se esforçavam, independente de cor, credo, poder econômico, trilhava seu destino escolar, e aprendizado galgando anos e anos de cultura, informação, preparo social, convívio com os colegas, trabalhar em grupo, etc.
Gostávamos de leitura. Afinal, tínhamos naquela época a "leitura oral" onde os professores e professoras escolhiam os textos, para que ocorressem os "ditados" ora para ser lidos, ora para serem escritos.
Como poderíamos sair daquelas simples escolas, analfabetos?
Observação: O artigo é extenso, e será publicado em nossos blogs estando disponível para leitura daqueles que se interessarem em saber até onde vai nossa conversa com as palavras.
Obrigado pela atenção!
COMPARTILHEM!
Engº José Antonio S. Gonçalves.'.
Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, Brasil.
C. Lattes na plataforma Lattes - Capes.
Editado e publicado em formato inicial - rascunho, 1ª versão em 12/09/2018;
LEITURA LIBERTA A ALMA DA AMARGURA DA IGNORÂNCIA CULTURAL. Autor - José Antonio Gonçalves.
AS CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE LEITURA - JOVENS E POPULAÇÃO BRASILEIRA.
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